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O Facebook não é o Twitter, e vice e versa…

“As Mídias Sociais fazem parte de um grupo de aplicações para Internet construídas com base nos fundamentos ideológicos e tecnológicos da Web 2.0, e que permitem a criação e troca de Conteúdo Gerado pelo Usuário”. (Andreas Kaplan e Michael Haenlein)

O Facebbok e o Twitter são dois grandes exemplos de Mídias Sociais, todos nós sabemos, mas o que ainda vejo muito é a comparação que grande parte das pessoas fazem entre ambas as ferramentas, citando que uma é melhor que a outra, como se fossem iguais, tivessem o mesmo objetivo e utilizassem a mesma linguagem, o que é um enorme equívoco que pretendo esclarecer de forma bem simples aqui nesse post.

A proposta do Facebook é conectar os amigos. É um espaço muito mais diversificado, onde o foco principal são o relacionamento e a interatividade entres as pessoas que ali encontram o local ideal para compartilharem tudo o que quiserem e obterem um feedback da sua rede de amizade, pois além de várias possibilidades de interação, ainda existe o chat.

Toda atividade que fazemos no nosso perfil pessoal do Facebook (adicionar novos contatos, instalar aplicativos, curtir alguma página, etc.) pode ser acompanhada pelas pessoas que fazem parte da nossa rede, além também de podermos convidar essas pessoas a se juntarem a nós em algum grupo, participar de algum evento e instalar algum aplicativo bacana.

Fora o uso pessoal, o Facebook é uma excelente ferramenta de Marketing para marcas, produtos e profissionais, onde através da criação de “Fan pages” é possível aglutinar as pessoas “curtidoras” das mesmas coisas e assim manter um relacionamento direto com elas.

O objetivo do Twitter é oferecer informação. É uma plataforma de colaboração social que permite a qualquer usuário escrever a sua própria notícia. No Twitter – ao contrário do Facebook – eu não preciso ser amiga de uma pessoa para querer saber o que ela tem a dizer. Eu quero apenas saber!

Honestamente, para mim, ele é um excelente “feed de notícias”. É baseado no conceito de microblogging, ou seja, um meio onde a comunicação tem que ser sintética e direta, pois ao contrário do blog, existe uma limitação na quantidade de caracteres inseridos (apenas 140), portanto não há perda de tempo, é vapt vupt.

Além de gerar conteúdo, o usuário, como nas demais redes sociais, pode compartilhar links de vídeos, de fotos, de páginas com teor considerado relevante às outras pessoas… a qualquer pessoa, independente de quem seja.

Hoje, os principais acontecimentos no mundo, são muitas vezes relatados no Twitter antes mesmo de qualquer veículo de notícias receber a informação do ocorrido, pois basta ter um smartphone em mãos para um espectador registrar um fato no exato momento em que ele está acontecendo e compartilhá-lo com o mundo.

Um exemplo famoso disso foi o pouso de emergência feito por um avião da companhia americana US Airways em pleno rio Hudson, em New York reportado em primeira mão pelo Twitter. Essa é a diferença de uma plataforma de colaboração social, onde todos participam ativamente na criação e propagação do conteúdo.

Como podemos ver, o Facebook tem o papel dele assim como o Twitter tem o seu. Como se diz atualmente: “cada qual no seu cada qual”. Acho que agora ficou mais claro a que se propõe cada ferramenta e como devemos utilizá-las. Uma não é melhor que a outra, cada uma tem a sua proposta e feliz de nós que temos as duas para utilizarmos da maneira que desejarmos.

Alessandra Petitinga Durães é Analista de Mídias Sociais e Escritora.

Twitter: @alepetitinga

Mais sobre a autora: http://alessandrapetitinga.com/about/

Os seis graus de separação entre estar on-line e disponível

A popularização das redes sociais pela internet, trouxe a discussão uma famosa teoria conhecida com o nome de seis graus de separação, que defende a ligação entre pessoas que não se conhecem, mas estão separadas por seis contatos.

Para quem nada sabe sobre a teoria, seu surgimento se dá nos anos 60, depois de uma pesquisa cujo objetivo era provar que eram necessários seis laços de amizade para que duas pessoas estivessem ligadas. Claro que na época não existia a internet e as redes sociais, sendo a pesquisa realizada através do envio de cartas pelos correios.

Atualmente, com o uso das Redes Sociais na internet, essa teoria ganha mais destaque, tanto que empresas como Yahoo e Facebook se uniram para testar o quão entrelaçado estão esses laços de amizade.

No nosso dia a dia já é possível observarmos isso, basta olhar no Facebook as sugestões de amizades: gente que nunca vimos na vida, mas que temos vários amigos em comum. Essas pessoas, claro, também vêem que o Facebook está nos sugerindo como amigos e nos adiciona. Muitas vezes, por educação, aceitamos a solicitação daquela pessoa que nunca vimos.

Se formos observar quantos “amigos” de fato temos em nossas redes sociais, garanto que o número é menor que o total de pessoas inseridas em nossa rede. A grande maioria são pessoas que conhecemos, mas não temos intimidade suficiente para chamarmos de “amigo”, isso é #fato.
Engana-se quem pensa que as relações que mantemos nas redes sociais é diferente das relações que mantemos no nosso dia a dia.

O comportamento que temos no nosso dia a dia “físico” tem que ser o mesmo comportamento que devemos ter no nosso dia a dia “virtual”, afinal, atrás da tela existem pessoas, as mesmas pessoas que encontramos no nosso trabalho, no shoppping, em festas, enfim, no nosso círculo social.

Por isso é muito importante relembrar aquelas regrinhas básicas que aprendemos quando crianças, que diz que devemos respeitar o direito e o espaço do outro. Muitas pessoas estão confundindo o “estar on-line” com o “estar disponível”. Garanto que existe uma diferença muito grande entre ambos.

Não é porque eu estou conectada que estou aberta a conversa com pessoas que sequer conheço ou sequer tenho intimidade para tanto. Ah, muitas pessoas irão dizer: “Mas as redes sociais servem para isso, para as pessoas conhecerem umas as outras”. E mais uma vez eu digo: “Ok, muitas pessoas estão conectadas com esse objetivo, mas outras tantas não, estão ali para manter uma comunicação com quem já conhece, com quem quer conhecer, ou para fazer contatos profissionais”.

É preciso ter acima de tudo “bom senso” na hora de pensar em contatar uma pessoa com outras intenções senão as “melhores”, pois nem todo mundo está aberto a esse tipo de abordagem e certamente se sentirá incomodada e até mesmo assediada, afinal, como falei anteriormente, não há diferença alguma entre estar atrás da tela do computador e estar cara a cara: o comportamento deve ser o mesmo, o respeito deve ser o mesmo.

Conheço inúmeras pessoas, tanto mulheres quanto homens, que, como eu, detestam serem abordadas de forma inapropriada, detestam serem cutucadas, por exemplo. Costumo brincar dizendo que da mesma maneira que existe a mãozinha com o dedo indicador para cutucar, deveria existir uma mão fechada para responder com uns cascudos (Fica a sugestão para o Mark Zuckerberg).

Eu sou muito franca, quando percebo segundas intenções direcionadas a mim, sequer me dou ao trabalho de responder dizendo: “Ei, com quem pensa que está falando? Feche a sua cara para o meu lado”, simplesmente excluo sumariamente sem conversa. Aquela pessoa ousada (porque para mim é uma audácia procurar ousadia com quem não deu) deixa de existir para todo o sempre.

A tecnologia permitiu aproximar pessoas, diminuindo distância e tempo espacial. Isso é fantástico, pois podemos nos comunicar com indivíduos que estão a quilômetros de distância, em lugares e horários diferentes no mapa mundial. Mas, muitos utilizam o pseudo-anonimato de não estar olhando no olho para fazer contatos e abordagens inapropriadas e, é para essas pessoas, que eu sugiro que procurem diferenciar o “estar on-line” do “estar disponível”.

Para saber mais:
Teoria dos seis graus de separação

Yahoo e Facebook testam teoria dos seis graus de separação

Texto por:

Alessandra Petitinga Durães é Analista de Mídias Sociais e Escritora.

Twitter: @alepetitinga

Mais sobre a autora: http://alessandrapetitinga.com/about/

Redes Sociais: Da Pré-história à Era da Tecnologia

Em Sociologia, chamamos de redes sociais o conjunto de relações entre membros de um sistema social (comunidade), que ao se comunicarem trocam experiências e informações.

Atualmente, quando falamos em “Redes Sociais”, se vêm em mente somente os espaços cibernéticos destinados à aglutinação e comunicação entre as pessoas, quando, na verdade, o ser humano desde o início dos tempos buscou formas de se comunicar com os seus semelhantes.

Na Pré-História vemos essa tentativa de comunicação através de imagens pintadas nas paredes das cavernas. Ainda nessa época, no período Neolítico, surgem claramente as primeiras formas de comunidades (aglutinação de pessoas), quando aldeias são criadas e os indivíduos passam a se relacionar mais proximamente dentro dos seus grupos, necessitando de algo mais além da oralidade para a troca de informações. Eles, sem dúvida mantinham uma “rede social”.

Foi justamente dessa intensa necessidade humana de se expressar, de se comunicar, que surge a primeira forma de escrita, a “Cuneiforme” criada pelos Sumérios. As palavras eram feitas em barras de barro mole que secavam ao sol.

É com a invenção da escrita que iniciamos a Idade Antiga, quando os Fenícios inventaram o alfabeto (só de consoantes), depois vindo as vogais (inseridas pelos os gregos). Aí sim, a comunicação tomou um novo rumo, ficando muito mais fácil a troca de informações: surgem as cartas e os sistemas de postagens (correios) no Egito Antigo.

Com o domínio da escrita (e conseqüente domínio da leitura), a propagação de idéias se tornou uma arma poderosa para aqueles que dominavam a técnica e, as relações entre os indivíduos do mesmo grupo se tornou mais concreta e dinâmica.

Na Idade Média a igreja detinha o poder e conseguia através do seu discurso influenciar o pensamento das pessoas que acreditavam fielmente na ideologia e nos padrões de conduta pregados por ela. As pessoas tinham a mesma fé, se reuniam nas igrejas para rezar, portanto a igreja e seus seguidores formavam uma “rede social”.

Na Idade Moderna ocorreram grande transformações no pensamento dos indivíduos que começaram a questionar sua posição na sociedade em que viviam “penso, logo existo”. Renascimento, Iluminismo, Revolução Francesa, Revolução Industrial, enfim, vários movimentos cujas filosofias eram seguidas por outras pessoas ao ponto de transformarem sociedades, quebrando velhos paradigmas. Só foi possível ocorrer essas revoluções ideológicas por conta das pessoas, ao se juntarem, formarem uma “rede social”.

A busca pela evolução da comunicação, pela propagação de informação, pela necessidade de se relacionar com o próximo, como vimos até aqui, levou o indivíduo a sempre buscar inovações tecnologicas que tornassem possíveis esses anseios. Tanto que no século XVIII foi inventado o telégrafo, possibilitando o envio de mensagens a distância de forma mais rápida e, logo sem seguida no século XIX a invenção do telefone, coisa assustadora para a época: ouvir a voz de uma pessoa que “vinha por um fio”.

E é na primeira metade do século XX que temos o boom da propagação da informação, com a invenção do rádio e da TV, meios de comunicação que atingiam massas e, como inicialmente era um produto acessível para poucos, ouvir o rádio e assistir a TV se tornou um momento de reunião entre as famílias e os amigos.

Finalmente, para a alegria de todos nós que adoramos estar conectados, nos anos 60 é criada a Internet. Os EUA temendo que suas informações confidenciais fossem interceptadas pelos inimigos soviéticos, criaram uma forma de envio de mensagens que mais tarde seria o e-mail. Quem diria que a rede mundial de computadores, algo tão importante, foi criada por conta da Guerra Fria entre os Estados Unidos e União Soviética.

O Brasil só tem acesso a essa tecnologia em 1988 e era restrita para ligar universidades do Brasil a instituições nos EUA. Até então, a troca de dados e informação era possível através da BBS (coisa que eu me lembro bem). Durante anos somente a comunidade acadêmica tinha acesso a internet, o usuário comercial (a população em geral) não, vindo a se popularizar somente em 1995, quando o governo resolveu liberar a conectividade a provedores de acesso comerciais.

E é aí que houve o boom, pois a partir de 1997 iniciou-se uma nova fase na Internet brasileira com a popularização da comunicação entre as pessoas do mundo todo. Surgiram os Chats, o ICQ (o pioneiro na comunicação instantânea entre nós – meu ID 36940354), My Space, Messenger, Orkut, Facebook, Twitter, Google +, enfim, ferramentas com nomes e usabilidades muitas vezes distintas, mas o mesmo propósito: oferecer comunicação e interação entre as pessoas.

O que podemos acompanhar é que as redes sociais não surgiram com o advento da tecnologia: já existiam a milênios, pois desde os primórdios da nossa existência que procuramos nos relacionar com outros indivíduos que possuam afinidades e interesses comuns aos nossos. A tecnologia facilitou (e muito) a forma como nos comunicamos, nos relacionamos, e, acima de tudo, como nos posicionamos como cidadãos.

Nas “redes sociais digitais”, as pessoas expõem suas opiniões sobre o que quer que seja sem que ninguém possa detê-las! Elas estão falando sobre si próprias, sobre você, sobre mim, sobre algum produto e isso é fantástico, pois a informação que outrora era bilateral se torna unilateral (que o digam os departamentos de Marketing e Atendimento ao consumidor das empresas).

O fato é que, com a difusão dos canais de relacionamentos on-line, quem souber se posicionar de forma coerente e acertada sairá lucrando, enquanto quem não se antenar para a força e importância desses instrumentos, estará perdendo o bonde da história e ficando na estação, estático, vendo a mesma paisagem imutável.

Texto por:

Alessandra Petitinga Durães é Analista de Mídias Sociais e Escritora.

Twitter: @alepetitinga

Mais sobre a autora: http://alessandrapetitinga.com/about/

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Estou no Google, logo existo

Como todo mundo sabe, o Google é o mais famoso e conhecido mecanismo de buscas atualmente. Através dele, é possível encontrarmos o que quer que procuremos, bastando, para isso, utilizarmos palavras chaves, frases, perguntas, enfim, o que queiramos encontrar.

O Google é alimentado por todos nós, usuários: pessoa física (eu) e jurídica (empresa). Portanto, quem quer de alguma forma aparecer, tem que estar no Google.

Ontem, por exemplo, uma coisa me chamou a atenção: Conversando com uma amiga que retornou de uma viagem internacional, ela estava indignada me dizendo que ao chegar à imigração, o agente, dentre outras indagações, perguntou que se ele colocasse o nome dela no Google retornaria alguma informação?

A resposta dela foi NÃO (feliz e satisfeita por isso), quando na verdade deveria ser SIM! Porque sim? Porque hoje o que não está no Google não existe, ou não tem muita importância. Logo, se alguém ainda não está no Google, significa que essa pessoa ainda não possui uma identidade digital, e, creia, na era da informação em que vivemos possuir uma identidade digital é fundamental em todos os sentidos.

Agora muita calma nessa hora: antes de entrar correndo para a rede, é preciso analisar como você pretende aparecer para o mundo, o seu perfil. É um cuidado indispensável! Lembre-se sempre daquele jargão policial: “Tudo o que você disser poderá ser usado contra você”, ou daquele ditado popular sobre as quatro coisas que não voltam para trás: “A pedra atirada, a palavra dita, a ocasião perdida e o tempo passado”.

O fato é que, ao contrário do SPC onde nome sujo pode ser limpo e uma reputação retomada, na internet a coisa fica bem mais difícil, pois a informação uma vez estando na rede se propaga numa velocidade assustadora, praticamente não tendo como reverter.

Para termos uma idéia sobre o poder da Internet, saibamos que segundo dados publicados em 2008 pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil, atualmente 20% da população têm acesso a Internet em sua casa, sendo 93% da classe A, 59% da classe B e 17% da classe C. Esses números impressionam, mas ainda não apresenta o resultado real, pois essa pesquisa não contabiliza os usuários conectados nas Lan houses e nem as pessoas que navegam diariamente no seu ambiente de trabalho.

Portanto, tenha em mente que a Internet é um meio de comunicação bastante eficaz, onde você não somente adquire a informação, como também a produz. Produzindo informação relevante você certamente será encontrado, pois as pessoas pesquisam assuntos dos mais diversos, e o conteúdo que você produziu interessará a alguém.

Para finalizar, um exemplo bem interessante: ao se candidatar a uma vaga em uma empresa, o RH desta primeiramente irá pesquisar sobre você na rede, e é importante que você esteja lá, e mais importante ainda é que consiga transmitir uma boa idéia de quem você é.

Agora uma pergunta que não quer calar: Eu estou no Google, e você, está?

Texto por:

Alessandra Petitinga Durães é Analista de Mídias Sociais e Escritora.

Twitter: @alepetitinga

Mais sobre a autora: http://alessandrapetitinga.com/about/

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