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Redes Sociais: Da Pré-história à Era da Tecnologia

Em Sociologia, chamamos de redes sociais o conjunto de relações entre membros de um sistema social (comunidade), que ao se comunicarem trocam experiências e informações.

Atualmente, quando falamos em “Redes Sociais”, se vêm em mente somente os espaços cibernéticos destinados à aglutinação e comunicação entre as pessoas, quando, na verdade, o ser humano desde o início dos tempos buscou formas de se comunicar com os seus semelhantes.

Na Pré-História vemos essa tentativa de comunicação através de imagens pintadas nas paredes das cavernas. Ainda nessa época, no período Neolítico, surgem claramente as primeiras formas de comunidades (aglutinação de pessoas), quando aldeias são criadas e os indivíduos passam a se relacionar mais proximamente dentro dos seus grupos, necessitando de algo mais além da oralidade para a troca de informações. Eles, sem dúvida mantinham uma “rede social”.

Foi justamente dessa intensa necessidade humana de se expressar, de se comunicar, que surge a primeira forma de escrita, a “Cuneiforme” criada pelos Sumérios. As palavras eram feitas em barras de barro mole que secavam ao sol.

É com a invenção da escrita que iniciamos a Idade Antiga, quando os Fenícios inventaram o alfabeto (só de consoantes), depois vindo as vogais (inseridas pelos os gregos). Aí sim, a comunicação tomou um novo rumo, ficando muito mais fácil a troca de informações: surgem as cartas e os sistemas de postagens (correios) no Egito Antigo.

Com o domínio da escrita (e conseqüente domínio da leitura), a propagação de idéias se tornou uma arma poderosa para aqueles que dominavam a técnica e, as relações entre os indivíduos do mesmo grupo se tornou mais concreta e dinâmica.

Na Idade Média a igreja detinha o poder e conseguia através do seu discurso influenciar o pensamento das pessoas que acreditavam fielmente na ideologia e nos padrões de conduta pregados por ela. As pessoas tinham a mesma fé, se reuniam nas igrejas para rezar, portanto a igreja e seus seguidores formavam uma “rede social”.

Na Idade Moderna ocorreram grande transformações no pensamento dos indivíduos que começaram a questionar sua posição na sociedade em que viviam “penso, logo existo”. Renascimento, Iluminismo, Revolução Francesa, Revolução Industrial, enfim, vários movimentos cujas filosofias eram seguidas por outras pessoas ao ponto de transformarem sociedades, quebrando velhos paradigmas. Só foi possível ocorrer essas revoluções ideológicas por conta das pessoas, ao se juntarem, formarem uma “rede social”.

A busca pela evolução da comunicação, pela propagação de informação, pela necessidade de se relacionar com o próximo, como vimos até aqui, levou o indivíduo a sempre buscar inovações tecnologicas que tornassem possíveis esses anseios. Tanto que no século XVIII foi inventado o telégrafo, possibilitando o envio de mensagens a distância de forma mais rápida e, logo sem seguida no século XIX a invenção do telefone, coisa assustadora para a época: ouvir a voz de uma pessoa que “vinha por um fio”.

E é na primeira metade do século XX que temos o boom da propagação da informação, com a invenção do rádio e da TV, meios de comunicação que atingiam massas e, como inicialmente era um produto acessível para poucos, ouvir o rádio e assistir a TV se tornou um momento de reunião entre as famílias e os amigos.

Finalmente, para a alegria de todos nós que adoramos estar conectados, nos anos 60 é criada a Internet. Os EUA temendo que suas informações confidenciais fossem interceptadas pelos inimigos soviéticos, criaram uma forma de envio de mensagens que mais tarde seria o e-mail. Quem diria que a rede mundial de computadores, algo tão importante, foi criada por conta da Guerra Fria entre os Estados Unidos e União Soviética.

O Brasil só tem acesso a essa tecnologia em 1988 e era restrita para ligar universidades do Brasil a instituições nos EUA. Até então, a troca de dados e informação era possível através da BBS (coisa que eu me lembro bem). Durante anos somente a comunidade acadêmica tinha acesso a internet, o usuário comercial (a população em geral) não, vindo a se popularizar somente em 1995, quando o governo resolveu liberar a conectividade a provedores de acesso comerciais.

E é aí que houve o boom, pois a partir de 1997 iniciou-se uma nova fase na Internet brasileira com a popularização da comunicação entre as pessoas do mundo todo. Surgiram os Chats, o ICQ (o pioneiro na comunicação instantânea entre nós – meu ID 36940354), My Space, Messenger, Orkut, Facebook, Twitter, Google +, enfim, ferramentas com nomes e usabilidades muitas vezes distintas, mas o mesmo propósito: oferecer comunicação e interação entre as pessoas.

O que podemos acompanhar é que as redes sociais não surgiram com o advento da tecnologia: já existiam a milênios, pois desde os primórdios da nossa existência que procuramos nos relacionar com outros indivíduos que possuam afinidades e interesses comuns aos nossos. A tecnologia facilitou (e muito) a forma como nos comunicamos, nos relacionamos, e, acima de tudo, como nos posicionamos como cidadãos.

Nas “redes sociais digitais”, as pessoas expõem suas opiniões sobre o que quer que seja sem que ninguém possa detê-las! Elas estão falando sobre si próprias, sobre você, sobre mim, sobre algum produto e isso é fantástico, pois a informação que outrora era bilateral se torna unilateral (que o digam os departamentos de Marketing e Atendimento ao consumidor das empresas).

O fato é que, com a difusão dos canais de relacionamentos on-line, quem souber se posicionar de forma coerente e acertada sairá lucrando, enquanto quem não se antenar para a força e importância desses instrumentos, estará perdendo o bonde da história e ficando na estação, estático, vendo a mesma paisagem imutável.

Texto por:

Alessandra Petitinga Durães é Analista de Mídias Sociais e Escritora.

Twitter: @alepetitinga

Mais sobre a autora: http://alessandrapetitinga.com/about/

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